"Querer pôr a esperança e a confiança em bens passageiros é querer fazer fundações em água corrente. Tudo passa ; Deus permanece. Agarrarmo-nos ao que é transitório é desligarmo-nos do que é permanente. Quem, portanto, levado no turbilhão agitado de um rápido, consegue manter-se firme em seu lugar, nessa torrente fragorosa? Se quisermos recusar-nos a ser levados pela corrente, temos de nos afastar de tudo o que corre ; senão o objecto do nosso amor constranger-nos-á a chegar ao que precisamente queremos evitar. Aquele que se agarra aos bens transitórios será certamente arrastado até onde vão ter, à deriva, essas coisas a que se apega.
A primeira coisa a fazer é pois abstermo-nos de amar os bens materiais ; a segunda, não pormos total confiança naqueles bens que nos são confiados para ser usados e não para ser desfrutados. A alma que se prende a bens perecíveis, apenas, depressa perde a sua própria estabilidade. O turbilhão da vida actual arrasta quem nele se deixa ir, e é uma tonta ilusão, para aquele que é levado nesta corrente, nela querer manter-se de pé." (São Gregório Magno. Moralia in Job, 34)
Domine ut videam! Domine ut sit!
Interessante lermos também a meditação que o Papa fez ontem na recitação do Angelus sobre esse mesmo Evangelho. O blog Seleta de Orações disponibilizou uma tradução (no site do Vaticano ainda não está publicado o texto em português): http://seletasdeoracoes.blogspot.com/2011/02/angelus-do-papa-bento-xvi-sobre-divina.html
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