terça-feira, 31 de maio de 2011

31 de maio: Nossa Senhora Rainha (calendário tridentino)



Hoje dia 31 de maio, a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha, de acordo com o calendário da forma extraordinária (usus antiquor) do Rito Romano. Segue abaixo um sermão de São Pedro Canísio sobre a realeza da Santíssima Virgem:





"Por que não haveríamos de chamar Rainha a beatíssima Virgem Maria, como fizeram o Damasceno, Atanásio e outros, sendo que o Seu pai, Davi, gloriosamente honrado como rei, e o Seu Filho, como Rei dos reis e Senhor dos senhores imperando sem fim, são louvados sobremaneira pelas Escrituras? É Rainha, sobretudo, se comparada com aqueles [Santos] postos como reis no reino celeste, com Cristo, sumo Rei, como seus co-herdeiros, e colocados como no mesmo trono que Ele, como diz a Escritura. E, como Rainha, ela não está abaixo de nenhum dos eleitos, mas elevada em dignidade tão alta sobre tanto Anjos como homens que nada pode ser maior ou mais alto que Ela, só a Qual tem o mesmo Filho que Deus Pai, e que acima de Si só vê a Deus e Cristo, e abaixo, todas as demais criaturas.

O grande Atanásio disse claramente: Maria não é somente a Mãe de Deus, mas também pode ser chamada em verdade Rainha e Senhora, visto que o Cristo Que nasceu da Virgem Mãe é Deus e Senhor e também Rei. É a Esta Rainha, portanto, que se aplicam as palavras do Salmista: À Vossa destra estava a Rainha num vestido de ouro. Assim, Maria é retamente chamada Rainha, não só do céu mas também dos céus, como Mãe do Rei dos Anjos, e como Esposa e amada do Rei dos céus. Ó Maria, augustíssima Rainha e fidelíssima Mãe, a Quem ninguém reza em vão se reza devotamente, e a Quem todos os homens mortais estão ligados pela memória duradoura de tantos benefícios, repetidamente Vos imploro que aceiteis e Vos agradeis com todas as demonstrações da minha devoção para conVosco, deis valor ao pobre dom que eu ofereço de acordo com o zelo com que é oferecido, e o recomendeis ao Vosso Filho onipotente."


São Pedro Canísio, Presbítero e Doutor da Igreja (1521-1597). Da incomparável Virgem Maria Mãe de Deus, livro 15, c. 13. Extraído de: http://www.saopiov.org/2010/05/31-de-maio-nossa-senhora-rainha.html

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A edificante morte do rei São Fernando III de Castela






Hoje, dia 30 de maio, a Igreja celebra a memória de São Fernando III, que foi rei de Castela de 1217 a 1252, e rei de Leão de 1230 a 1252. São Fernando favoreceu largamente as igrejas, conventos e mosteiros de seu reino, tendo também reconquistado grande parte do território da atual Andaluzia das mãos dos mouros, e suas guerras contra os muçulmanos na Península Ibérica receberam dos Papas os mesmos privilégios que eram concedidos aos cruzados que combatiam na Terra Santa. Faleceu em 30 de maio de 1252, tendo sido enterrado com o hábito da ordem terçeira franciscana, da qual fazia parte. Segue abaixo o relato de sua piedosa morte, na qual vemos a sua profunda devoção eucarística, seu exemplo de santidade e seus conselhos para seu primogênito acerca de um bom e santo governo do reino, bem como sua total entrega à vontade divina:









“Et pues que este bienauenturado et sancto rey don Fernando vio que era conplido el tienpo de la su uida et que era llegada la ora em que auia de finar, fizo traer y el su Saluador, que es el cuerpo de Dios, et la cruz en que esta su semeiança de Nuestro Sennor Jeshu Cristo. Et quando uio venir contra sy el freyre que lo aduzie, fizo vna muy marauillosa cosa de grant omildat: ca a la ora que lo asomar vio, dexose derribar del lecho em tierra, et teniendo los ynoios fincados, tomo vn pedaço de soga que mandara y apegar, et echosela al cuello. Et demando primero la cruz, et pararongela delante, et encrinose mucho omildosamiente contra ella; et tomola em las manos com muy grant deuocion, et començola a orar nonbrando quantas penas sofriera Nuestro Sennor Jeshu Cristo en ella por nos, cada vna sobre sy, et como las reçibiera, besandola muchas vezes, feriendo en los sus pechos muy grandes feridas, llorando muy fuerte de los oios, et culpandose mucho de los sus pecados, et manefestandolos a Dios et pediendol merçed et perdon, et crendo et otorgando todas creençias verdaderas que a todo el fiel Cristiano conuien creer et otorgar Desi demando el Cuerpo de Dios su Saluador, et pararongelo delante otrosy; et el teniendo las manos iuntas contra el con tan grant omildat, llorando muy de rezio, deziendo muchas palabras de grant creençia et de grant dolor; et desque el sancto rey ouo conplido todas estas conuenibles cosas de grant creençia que el fizo, reçibio el cuerpo sancto de Dios de mano del dich arçobispo don Raymundo de Seuilla. Pues que el cuerpo de Dios ouo reçibido commo dicho auemos, fizo tirar de si los pannos reales que uestie, et mando et fizo llegar y sus fijos derredor de si todos, [...]. Et desque estos todos sus fijos, que y estauan, derredor de sy vio, et todos sus ricos omnes com ellos, et la reyna su muger cerca de sy muy triste et muy quebrantada, et non menos todos quantos otros y estauan, lugo primeramiente fizo açercar a si don Alfonso su fijo, et alço la mano contra el, et sangtiguolo et diol su benediçion, et desi a todos los otros sus fijos. Et rogo a don Alfonso que llegase sus hermanos a sy, et los criase et los mantouiese bien, et los leuase adelante quanto podiese, et rogol por la reyna que la touiese por madre et que la onrrase et la mantouiese sienpre en su onrra commo a reyna conuiene, et rogol por su hermano don Alfonso de Molina, et por las otras hermanas que el auie, et por todos los ricos omnes de los sus regnos, et por los caualleros que los onrasse et lês feziese sienpre algo et merçed et se touiese bien com ellos et les guardase bien sus fueros et sus franquezas et sus libertades todas, a ellos et a todos sus pueblos. Et si todo esto que el encomendaua et rogaua et mandaua conpliese et lo feziese asi, que la su bendiçion conplida ouiese; et sy non, la su maldiçion; et fizol responder ‘amen’. Et dixol mas: ‘fijo, rico fincas de tierra et de muchos buenos vasallos, mas que rey em la cristandat ssea; punna em fazer bien et ser bueno, ca bien as com que’ Et dixol mas: ‘Ssennor te dexo de toda la tierra de la mar aca, que los moros del rey Rodrigo de Espanna ganado ouieron; et en tu sennorio finca toda: la vna conquerida, la otra tributada. Sy la en este estado em que te la yo dexo la sopieres guardar, eres tan buen rey commo yo; et sy ganares por ti mas, eres meior que yo; et si desto menguas, non eres tan bueno commo yo’.
Conplindo et dicho todo esto que el sancto et bienauenturado rey don Fernando et a saluamiento de su alma et a conplimiento de los sacramentos de sancta eglesia fizo, et de todas las otras cosas que dichas son, diz la estória aun del, que pues que su Saluador, que es el cuerpo de Dios, vuo recebido, et aorada la cruz, et ouo tirado de si los pannos reales, commo dixiemos – que fue llegada la ora en que su Saluador enbiaua por el – et el, deque la ora entendio que era llegada et vio la sancta conpanna quel estaua atendiendo, alegrose mucho; et dando ende grandes graçias et grandes loores a nuestro Sennor Jhesu Cristo, demando la candela que todo Cristiano deue tener en mano al su finamiento, et dierongela; et ante que la tomase, tendio las manos contra el çielo, et alço oios contra el su Criador, et dixo: ‘Sennor, disteme regno que non auia, et onrra et poder mas que yo non meresçi; disteme uida, esta non durable, quanto fue tu plazer. Sennor, gracias te do, et rendote et entregote el regno, que me diste, con aquel aprouechamiento que yo pud fazer; et oferezcote la mi alma’. Et demando perdon al pueblo et a quantosy estauan, que sy del, por alguna mengua que em el ouiera, que rella alguna auien, quel perdonassen. Et todos, llorando mucho de los oios, recodieron que rogauan a Dios quel perdonase, ca dellos perdonado yua. Desi tomo la candela com amas las manos, et alçola contra el çielo, et dixo: ‘Sennor, desnudo Sali del vientre de mi madre que era la tierra, et desnuyo me ofresco a ella. Et, Sennor, reçibe la mi alma entre conpanna de los tus sieruos’. Et baxo las manos con la candela, et adorola em creencia de Sancti Spiritu. Et mando a toda la clerezia rezar la ledania et cantar Te Deum laudamus en alta boz. Desi, muy sinplemiente et muy paso, enclino los oios et Dio et espiritu a Dios. Et la su alma sea heredada con los sus santos fieles em la gloria de su sancto reyno durable; amen.” (Primera Crónica General de España que mando componer Alfonso el sabio y se continuaba bajo Sancho IV en 1289, capítulos 1132 e 1133)











São Fernando III, campeão invicto de Jesus Cristo, rogai por nós!

domingo, 29 de maio de 2011

"Rogarei ao Pai e Ele vos dará um Consolador"














"Da mesma maneira que Jesus Cristo pregava, prega agora o Espírito Santo; da mesma maneira que Ele ensinava, ensina o Espírito Santo; da mesma maneira que Cristo consolava, consola e alegra o Espírito Santo. Que pedes? Que procuras? Que mais queres tu? Ter em ti um conselheiro, um pedagogo, um guardião, alguém que te guia, que te aconselha, que te encoraja, que te encaminha, que te acompanha em tudo! Finalmente, se não perderes a graça, Ele estará de tal modo a teu lado que não poderás fazer, nem dizer, nem pensar em nada que não passe primeiro pela Sua mão e pelo Seu santo conselho. Será para ti um amigo fiel e verdadeiro; não te abandonará se tu não O abandonares.


Da mesma maneira que Cristo, durante a Sua vida mortal, fazia grandes curas e espalhava a Sua misericórdia nos corpos daqueles que tinham necessidade d'Ele e O chamavam, assim este Mestre e Consolador opera obras espirituais, nas almas em que habita. [...] Cura os coxos, faz com que os surdos oiçam, dá vista aos cegos, traz de regresso os transviados, ensina os ignorantes, consola os aflitos, encoraja os fracos (cf Mt 15,31). Cristo fazia estas obras santíssimas entre os homens e não podia tê-las feito se não fosse Deus; fazia-as com a natureza humana que tinha assumido e dizemos, portanto, que foram feitas por um Deus-homem. Do mesmo modo, a essas outras obras que o Espírito Santo faz aqui na terra, no coração em que habita, chamamos-lhes obras do Espírito Santo através do homem, aqui considerado como elemento secundário.


Não poderemos considerar como infeliz e desafortunado aquele que não possui essa união, aquele que não tem um tal Hóspede em sua casa? [...] Dizei-me, já O recebestes? Já O chamastes? Já O importunastes para que Ele venha? [...] Que Deus esteja connosco! Não sei como [...] podeis viver privados de tão grande bem. Vede todos os bens, todas as graças e misericórdias que Cristo veio fazer aos homens: esse Consolador derrama-as a todas nas nossas almas."

São João de Ávila, presbítero. Sermão n. 30, 4º sobre o Espírito Santo. Extraído de: http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=PT&module=commentary&localdate=20110529

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os segredos de Fátima

Por Francisco Dockhorn, extraído de: http://www.reinodavirgem.com.br/mistica/segrfatima.html




No atual ciclo de aparições da Santíssima Virgem aprovadas pela nossa Santa Mãe Igreja, uma das mais conhecidas são de aparições de Fátima, em Portugal. Foi lá que durante a primeira guerra mundial, entre os dias 13 de Maio de 1917 à 13 de Outubro do mesmo ano, a Santíssima Virgem apareceu seis vezes à três crianças: Lúcia, Francisco e Jacinta.

A Santíssima Virgem falou às crianças: "Rezai o terço todos os dias, para alcançar a paz para o Mundo e o fim da guerra."


Na local e no momento última aparição, ocorreu o fenômeno que ficou conhecido como “milagre do sol”, quando 70 mil pessoas presenciaram o sol pulsar e se movimentar no céu, fato este narrado por vários jornais da Europa nos dias seguintes.

A aparição foi oficialmente aprovada pelo Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, no dia 13 de Outubro de 1930, como "dignas de crédito". Nesta ocasião, o Bispo afirmou: "Se para nós é um grande motivo de alegria e consolação a graça que a Santíssima Virgem nos concedeu, maior é a obrigação de correspondermos à sua bondade"

Francisco e Jacinta, tendo falecido ainda jovens, foram beatificados pelo saudoso Papa João Paulo II no dia 13 de Maio de 2000. Irmã Lúcia, que se tornou religiosa carmelita, faleceu recentemente em 2004.

A Santíssima Virgem, em suas aparições, confiou às estas crianças uma grande mensagem profética, dividida em três partes. A primeira foi a visão do inferno. Assim narra Irmã Lúcia:

"A Senhora abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar na terra, e vimos como um mar de fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados como caem as fagulhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerozas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes, como negros carvões em brasa."

Na segunda parte da mensagem, é a própria Santíssima Virgem que fala, dizendo:

"Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para o impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal, conservar-se-á sempre o dogma da Fé."

Estas duas partes foram tornadas públicas por Irmã Lúcia em 1941. Em relação ao conteúdo profético da mensagem, a primeira guerra mundial se encerrou no mesmo ano, e a segunda se iniciou em 1939, no Reinado do Papa Pio XI, como a profecia adiantava. Em relação à “noite iluminada por uma luz desconhecida”, atribui-se ao fato de aurora boreal, fenômeno polar comum, que estranhamente iluminou a Europa em algumas noites de 1938.

Uma visão, relatada por Irmã Lúcia e contida na terceira parte da mensagem, foi revelada publicamente pelo saudoso Papa João Paulo II no dia 13 de Maio de 2000, e diz o seguinte:

"Vimos ao lado de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz imensa que é Deus: "algo semelhante a como se vêm as pessoas num espelho quando lhe passam por diante" um Bispo vestido de Branco "tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre". Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trêmulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns atrás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus."

A mensagem de Fátima é para nós, muito mais do que o anúncio de catástrofes, um grande convite à conversão, à oração e a penitência, e o anúncio de que, após o momentos difícieis vivemos, virá o Triunfo do Imaculado Coração da Santíssima Virgem, tal qual Ela já havia profetizado nas aparições de La Salette (França, 1846), que foram oficialmente aprovadas por nossa Santa Mãe Igreja, e como São Luis Maria Montfort escreveu ao afirmar que quando "o conhecimento e o Reino de Jesus Cristo tomarem o mundo, será como uma consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. Ela O deu ao mundo a primeira vez, e também, da Segunda, o fará resplandecer." (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 13).

domingo, 8 de maio de 2011

"Permanecei conosco, Senhor!"








"Ao pedido dos discípulos de Emaús para que ficasse «com» eles, Jesus responde com um dom muito maior: através do sacramento da Eucaristia encontrou o modo de permanecer «dentro» deles. Receber a Eucaristia é entrar em comunhão profunda com Jesus. «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4). Esta relação de íntima e recíproca «permanência» permite-nos antecipar de algum modo o céu na terra. Não é porventura este o maior anseio do homem? Não foi isso mesmo o que Deus Se propôs, ao realizar na história o seu desígnio de salvação? Ele colocou no coração do homem a «fome» da sua Palavra (cf. Am 8,11), uma fome que ficará saciada apenas na plena união com Ele. A comunhão eucarística foi-nos dada para «nos saciarmos» de Deus sobre esta terra, à espera da saciedade plena no céu.
Mas esta intimidade especial, que se realiza na «comunhão» eucarística, não pode ser adequadamente compreendida nem plenamente vivida fora da comunhão eclesial. Isto mesmo o sublinhei várias vezes na encíclica Ecclesia de Eucharistia. A Igreja é o corpo de Cristo: caminha-se «com Cristo» na medida em que se está em relação «com o seu corpo». Cristo providencia a geração e fomento desta unidade com a efusão do Espírito Santo. E Ele mesmo não cessa de promovê-la através da sua presença eucarística. Com efeito, é precisamente o único Pão eucarístico que nos torna um só corpo. Afirma-o o apóstolo Paulo: «Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão» (1Cor 10,17). No mistério eucarístico, Jesus edifica a Igreja como comunhão, segundo o modelo supremo evocado na oração sacerdotal: «Para que todos sejam um só; como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17,21)." (Papa João Paulo II. Carta Apostólica Mane nobiscum Domine, n. 19-20. Roma, 2004)




sábado, 7 de maio de 2011

A Barca de Pedro



No Evangelho deste sábado, lemos como a Barca de Pedro era agitada pelos ventos e pelas ondas durante uma tempestade enquanto Jesus dormia, para o desespero dos apóstolos. Apesar de aparentar estar domindo, Jesus enquanto Deus sabia do perigo pela qual Ele e os apóstolos estavam passando, e ao acordar, com seu poder de Criador acalmou a tempestade. Os Padres da Igreja e os Santos viram nessa Barca de Pedro uma imagem da Santa Igreja, que é agitada por várias tribulações ao longo de sua história, mas que no final o Senhor mandará que a tempestade se acabe.




“Esse vento é figura das tentações e das perseguições que a Igreja sofrerá em conseqüência da falta de amor. Porque, como diz Santo Agostinho, quando o amor esfria, aumentam as ondas... No entanto, o vento, a tempestade, as ondas e as trevas não conseguirão que a nave se afaste do seu rumo e sossobre” (Santo Tomás de Aquino. Comentário ao Evangelho de São João)

“Quando ouvimos vozes de heresia [...], quando observamos que se ataca impunemente a santidade do matrimônio e a do sacerdócio, a conceição imaculada de Nossa Mãe Santa Maria e a sua virgindade perpétua – com todos os outros privilégios e excelências com que Deus a adornou –, o milagre perene da presença real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, o primado de Pedro, a própria Ressurreição de Nosso Senhor, como não havemos de sentir a alma cheia de tristeza? Mas tende confiança: a Santa Igreja é incorruptível” (São Josemaría Escrivá. El fin sobrenatural de la Iglesia. Madrid: Palabra, 1980)


Ao lermos essas palavras do Santo Evangelho, lembremo-nos de que o Senhor está sempre com Sua Igreja, guiando-a pelo Seu Santo Espírito e alimentando sues membros com Seu Corpo e Sangue na Sagrada Eucaristia. E que por mais que os ventos e as ondas a sacudam, a Igreja não poderá vacilar, pois o Senhor tem o poder de acabar com as tempestades. E que isso sirva também de consolo em nossas tribulações pessoais, para que possamos confiar em Cristo e nos diexarmos sermos guiados por Ele.

Rezemos sempre pela Santa Igreja, para que ela cresça sempre na Fé, na Esperança e na Caridade.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Meditações para o Mês de Maio



Entramos no mês de maio, mês dedicado à nossas diletíssimas mães e em especial aquela que o Divino Redentor nos entregou na Cruz como nossa Mãe, a Virgem Maria, Bendita e Gloriosa Mãe de Nosso Deus e Salvador! Sendo assim, convido os leitores a acompanharem as meditações que estão sendo preparadas pela caríssima irmã Evelyn Mayer de Almeida em seu blog Fazei o que Ele voz disser, acessando este link: http://fazeioqueelevosdisser.blogspot.com/search/label/M%C3%AAs%20de%20Maio



Que essas meditações nos ajudem a amarmos à Santíssima Virgem com piedade filial e sempre recorrermos à sua proteção e intercessão.




Monstra te esse mater
sumat per te precem
qui pro nobis natus
tullit esse tuus.

"Mostrai que vós sois Mãe
por vós ouça os rogos
Quem por causa de nós
quis vosso Filho ser"

(Hino Ave Maris Stella para as festas litúrgicas da Bem-aventurada Virgem
Maria)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Festa de Santo Atanásio de Alexandria



Hoje, dia 2 de maio, a Igreja celebra a memória de Santo Atanásio de Alexandria, Bispo e Doutor da Igreja, que viveu no século IV. Atanásio foi o grande adversário da heresia ariana, tendo sido exilado de sua Sé episcopal por 8 vezes devido à sua intransigente defesa da Verdadeira Fé.
Atanásio é para nós um modelo de fortaleza e ortodoxia. Santo Atanásio, rogai por nós para que possamos também conservar, propagar e defender a Fé de Cristo!

No ano de 2007, o Papa Bento XVI dedicou uma audiência sobre a vida e a obra de Santo Atanásio: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2007/documents/hf_ben-xvi_aud_20070620_po.html

domingo, 1 de maio de 2011

A ressurreição de Jesus é real!






"Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que, crendo, tenhais a vida em seu nome." (Jo 20, 26-31)

No Evangelho de hoje, lemos como Jesus prova para São Tomé a realidade da Ressurreição de seu corpo físico como corpo glorioso, mostrando-lhe as chagas da Paixão. Não é necessário que tenhamos visto o Senhor ressucitado para cremos nEle, pois o que crê pelo testemunho tem mais mérito. O Evangelho de hoje também mostra a Divindade de Nosso Senhor, quando Tomé o chama claramente de "Meu Senhor e Meu Deus!". Eis no Evangelho de hoje ostenadas ao mesmo tempo a Divindade e a Humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo! Contra todas as heresias da moda que, especialmente a Teologia da Libertação, que negam a Divindade de Cristo, os seus milages e tentam reduzir a Ressurreição real do Senhor em mera "permanência viva de sua mensagem nos seus seguidores". A ressurreição é um fato histórico, real. Jesus padeceu,morreu, foi sepultado e ressucitou na madrugada do terçeiro dia. Seu Corpo, retomou a vida, mas como um Corpo Glorificado, que não está mais sujeito à morte. "O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento" (Catecismo da Igreja Católica, parpagrafo 639). E Jesus ressucitou por Seu próprio poder, pois, com o Pai na unidade do Espírito Santo, é Deus Todo-Poderoso, Santo e Imortal. Esta é a Fé dos Apóstolos que a Igreja sempre confessou e que professamos ao recitar o Creio. Se Cristo não ressuctiou, vã é a nossa Fé (Cf. I Cor 15, 13-14). A ressurreição de Cristo é a confirmação de Sua Divindade e a nossa esperança!

Cantemos como a Igreja na sequência pascal Victimae Paschali Laudes: Scimus Christum surrexisse a mortuis vere - "Sabemos que Cristo ressucitou verdadeiramente dos mortos"!

Beato João Paulo II, apóstolo da Divina Misericórdia!




"Amo a Polônia de maneira especial e, se ela for obediente à Minha vontade, Eu a elevarei em poder e santidade. Dela sairá a centelha que preparará o mundo para a Minha Vinda derradeira" (Jesus à Santa Faustina, Diário, 1732)

"Caros Irmãos e Irmãs!
Repito hoje essas simples e sinceras palavras de Santa Faustina, para juntamente com ela e com vós todos glorificar o inconcebível e insondável mistério da Divina Misericórdia. Da mesma forma que ela, queremos confessar que não existe para o homem uma outra fonte de esperança que não seja a misericórdia de Deus. Queremos repetir com fé: Jesus, eu confio em Vós.
Essa profissão, na qual se expressa a confiança no onipotente amor de Deus, é especialmente necessária em nossos tempos, nos quais o homem se sente desorientado em face das variadas manifestações do mal. É preciso que o apelo pela divina misericórdia brote do fundo dos corações humanos, repletos de sofrimento, de inquietação e de dúvida, que buscam uma fonte segura de esperança. (...)
Por isso hoje, neste Santuário, desejo, confiar solenemente o destino do mundo à Misericórdia Divina. Faço-o com o desejo ardente de que a mensagem do amor misericordioso de Deus, proclamado por intermédio de Irmã Faustina, chegue a todos os habitantes da terra e cumule os seus corações de esperança..." (Papa João Paulo II. Homilia no Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia, em que consagrou o mundo à Divina Misericódia, 17/08/2002)


Ato de Consagração do mundo à Divina Misericórdia, pelo Papa João Paulo II:

Deus, Pai misericordioso que revelaste o Teu amor no Teu Filho Jesus Cristo e o derramaste sobre nós no Espírito Santo, Consolador confiamos-te hoje o destino do mundo e de cada homem.
Inclina-te sobre nós, pecadores cura a nossa debilidade vence o mal faz com que todos os habitantes da terra conheçam a tua misericórdia para que em Ti, Deus Uno e Trino encontrem sempre a esperança.
Pai eterno pela dolorosa Paixão e Ressurreição do teu Filho tem misericórdia de nós e do mundo inteiro. Amém!

Beato Papa João Paulo II, Apóstolo da Divina Misericórdia, rogai por nós!!!