"Ao pedido dos discípulos de Emaús para que ficasse «com» eles, Jesus responde com um dom muito maior: através do sacramento da Eucaristia encontrou o modo de permanecer «dentro» deles. Receber a Eucaristia é entrar em comunhão profunda com Jesus. «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4). Esta relação de íntima e recíproca «permanência» permite-nos antecipar de algum modo o céu na terra. Não é porventura este o maior anseio do homem? Não foi isso mesmo o que Deus Se propôs, ao realizar na história o seu desígnio de salvação? Ele colocou no coração do homem a «fome» da sua Palavra (cf. Am 8,11), uma fome que ficará saciada apenas na plena união com Ele. A comunhão eucarística foi-nos dada para «nos saciarmos» de Deus sobre esta terra, à espera da saciedade plena no céu.
Mas esta intimidade especial, que se realiza na «comunhão» eucarística, não pode ser adequadamente compreendida nem plenamente vivida fora da comunhão eclesial. Isto mesmo o sublinhei várias vezes na encíclica Ecclesia de Eucharistia. A Igreja é o corpo de Cristo: caminha-se «com Cristo» na medida em que se está em relação «com o seu corpo». Cristo providencia a geração e fomento desta unidade com a efusão do Espírito Santo. E Ele mesmo não cessa de promovê-la através da sua presença eucarística. Com efeito, é precisamente o único Pão eucarístico que nos torna um só corpo. Afirma-o o apóstolo Paulo: «Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão» (1Cor 10,17). No mistério eucarístico, Jesus edifica a Igreja como comunhão, segundo o modelo supremo evocado na oração sacerdotal: «Para que todos sejam um só; como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17,21)." (Papa João Paulo II. Carta Apostólica Mane nobiscum Domine, n. 19-20. Roma, 2004)
domingo, 8 de maio de 2011
"Permanecei conosco, Senhor!"
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