No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que o serviço é uma forma de grandeza. Este exemplo o próprio Senhor nos deu naquela noite antes de inicar a Ceia derradeira, oficiando como servo junto aos seus apóstolos, lavando-lhe os pés. Igualmente deu o exemplo supremo entregando-se pela nossa redenção na infame e dolorsa morte de cruz. Mas somente sendo reis é que podemos ser servos, como nos ensina o Pe. Francisco Fernández Carvajal ao meditar o ensinamento do Senhor "quem entre vós quiser ser o maior, seja como o escravo dos demais". Somente dominando a nós mesmos que poderemos servirmos aos demais. Isso não quer dizer que o amor-próprio é o motor de nossa ação pelo próximo, muito pelo contrário! Somente nos tirando do foco, e desejando com caridade sermos úteis para o próximo é que iremos adquiri a fortaleza para servir. O homem que vive para si, para seus prazeres e comodismos, não poderá ter fortaleza. Se não soubermos superar as pequenas adversidades, não teremos forças para enfrentar as grandes dificuldades que apareçerão para nóse muito menos para ajudar os outros em suas dificuldades! Nesse sentido que São Josemaría Escrivá nos exortava a buscarmos sempre sermos os melhores em tudo, não por nós, mas para sermos úteis aos demais. A grandeza começa nas pequenas coisas. Só servindo poderermos nos libertar da amarra de nosso egoísmo que nos faz baixos, fracos, indolentes. São João Batista sabia fazer-se pequeno pelos outros e por isso sua fortaleza contrastava com o comportamento do rei Herodes, que mesmo tendo poder se sendo servido por muitos era escravo de suas próprias paixões, um completo covarde.
Temos dever como cristãos de sevir nosso próximo espiritual e materialmente. Lembremo-nos, para que nos sirva de estímulo para levarmos a séria nossa vida espiritual, que toda vez que podendo fazer uma boa obra e nçao a fazemos, estamos privando os outros de graças que só receberiam através de nós. Quem, podendo comungar, não comunga está a privar de graças todas as pessoas de seu convívio que poderiam receber graças através da tua comunhão eucarística (Cfr. DAJCZER, Tadeusz. Meditações sobre a Fé. São Paulo: Palavra e Prece, 2007, pp.227-228). Lembremo-nos pois que, pela comunhão dos santos, nossas preces e obras afetam (em graus diversos) a todos os membros da Igreja. Assim, pensaremos duas vezes antes de por qualquer desculpa procastinarmos ou excusarmos nossos deveres da vida cristã.
Por fim, deixo mais umas palavras que Deus dirigiu à Santa Catarina de Siena (já vos parece claro que nutro por essa santa uma afeição especial):
"Quem despreza a vida da graça, prejudica antes de tudo a si mesmo, mas prejudica também os outros, deixando de apresentar diante de mim - como é o seu dever -orações e aspirações em favor deles. Todo e qualquer auxílio prestado ao próximo deve provir do amor que se tem por aquela pessoa, mas como consequência do amor que se tem por mim. [...]O auxílio de ordem pessoal consiste na colaboração prestada às pessoas com que convivemos, pois existe aos homes a obrigação de se ajudarem mutuamente com bons conselhos, ensinamentos, bons exemplos e qualquer outra obra boa de que se necessite. O bom conselho há de ser desinteressado, como se fosse dado a si mesmo, sem segundas intenções egoístas. Quem não me ama, certamente não agirá convenientemente e prejudicará os demais." (Diálogo, 2.6. Trad. Fr. João Basílio, OP. São Paulo: Paulus, 2007, p. 36)
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