Por Dr. Rafael Vitola Brodbeck, Delegado de Polícia
Dia
desses, escrevi o seguinte, em inglês, a amigos dixies (sulistas
americanos, herdeiros da tradição dos confederados da Guerra Civil),
sobre nossa semelhança com eles:
A Revolução Farroupilha ou
Guerra dos Farrapos foi uma guerra civil entre o Império e o Rio Grande
do Sul, o qual tem uma cultura própria, a cultura gaúcha, a mesma que na
Argentina e Uruguai. O Rio Grande tem uma identidade própria, muito
semelhante ao do sul dos Estados Unidos, e totalmente diferente do resto
do Brasil. Nós, no Rio Grande do Sul, falar português mas com sotaque
espanhol e palavras em espanhol, nossas danças, música, comida e roupas
são argentino / uruguaio. Aqui, temos temperaturas frio e da neve, ao
contrário do Brasil. Nós, no Rio Grande do Sul, adoramos a nossa
bandeira - que é a mesma usada na Revolução Farroupilha - talvez até
mais do que a bandeira brasileira, assim como as dixies fazer com a sua
bandeira confederada.
Até hoje, comemoramos a Revolução com
festas, desfiles a cavalo, trajes típicos, honrando os nossos generais e
os heróis do Rio Grande, a cada ano. E reencenamos batalhas em nossos
sítios históricos. Rio Grande do Sul e sul dos Estados Unidos são
gêmeos.
O mesmo ocorre na Argentina e no Uruguai, ao celebrar
Artigas, Urquiza, San Martin, Mitre, em suas guerras intestinas e na
independência das províncias do Prata.
Havia várias correntes
de pensamento na Revolução. E a de Garibaldi, embora importante, era uma
minoria. É uma "legenda negra" o ideal maçônico da Revolução
Farroupilha. Os maçons estavam também no Império (lembre-se D.
Vital?)... E havia católicos na Farroupilha. Sim, o Império não era um
tirano "per se", mas com o centralismo (com o iluminista D. Feijó na
Regência) e o anti-federalismo do Segundo Império, com muitos impostos,
havia se tornado um.
Havia maçons entre os farroupilhas, como
os havia no Império. Grande parte dos líderes farroupilhas (como o
principal, o Gen Bento Gonçalves) eram conservadores e ao menos
simpatizantes da monarquia (Bento Gonçalves apenas TOLEROU a
independência feita pelo Gen. Netto na sua AUSÊNCIA - eis que estava
preso - e mesmo assim para chamar a atenção do Império contra os altos
impostos).
O inimigo dos farroupilhas não era o Imperador Pedro
II, mas Feijó e os pseudo-conservadores e centralistas. O objetivo do
Revolução não foi necessariamente a implantação da república, mas do
federalismo. O epíteto de "liberal" em Farroupilha não foi ao estilo
maçônico, necessariamente, mas contra o centralismo e a favor do
federalismo - à semelhança dos "federales", herdeiros do uruguaio
Artigas, nas guerras intestinas argentinas contra os unitários.
Bento Gonçalves, em 1835, disse respeitar o juramento que tinha feito
ao código sagrado, ao trono e à manutenção da integridade constitucional
do Império. Em princípio, portanto, a revolta não era um caráter
separatista, mas se dirigia contra o Presidente da Província do Rio
Grande e contra o Comandante das Armas.
Os farroupilhas
queriam paz e estavam prontos para se juntar ao Exército Imperial, no
qual lutaram bravamente na Guerra do Paraguai. Os herdeiros dos
farroupilhas foram os maragatos na Revolução Federalista de 1895 contra a
República maçônica e positivista. E alguns dos maragatos eram
pró-monarquia e queriam restaurar o Império. O federalismo do maragatos
foi o mesmo dos farroupilhas.
De fato, Bento Gonçalves foi um
dos entusiastas do Tratado do Ponche Verde, que fez a paz com o Império.
A separação nunca foi o objetivo da maioria dos farroupilhas, mas, como
escrevi, a luta contra a Regência, o centralismo e a "taxation with no
representation". Eu sou um monarquista e também um farroupilha.
Recusando, de fato, a ajuda de argentinos e uruguaios, o general David
Canabarro, herói farrapo e amigo de Bento Gonçalves, disse: "Com o
sangue do primeiro castelhano a cruzar a fronteira, assinaremos a paz
com o Império." A luta foi pelo federalismo, não necessariamente contra o
Brasil. Aliás, anos mais tarde, os mais bravos soldados do Brasil na
guerra contra o Paraguai, foram farroupilhas antigos ou os seus filhos.
As duas novas repúblicas da Guerra dos Farrapos foram transitórias,
para forçar o Império a rever os impostos e implantar o federalismo real
(como os maragatos, mais tarde). Mas, sim, havia infiltração maçônica,
mas os "pedreiros-livres" estavam também entre os militares do Império,
com yankees, com os confederados etc.
Outras informações: a
Constituição da República Riograndense, inaugurada pela Revolução
Farroupilha, previa a Igreja Católica Romana como a religião oficial do
Estado; os principais eventos foram celebrados nas igrejas paroquiais,
onde eles cantaram o Te Deum; Bento Gonçalves utilizou as lojas
maçônicas como um lugar de conspiração para o seu segredo, mas ele mesmo
não era maçom proeminente, nem tinha comunhão com os ideais carbonários
- como Garibaldi tinha; Bento Gonçalves mandava celebrar a Missa de
Requiem para as almas dos farroupilhas e INIMIGOS IMPERIAIS mortos em
campos de combate, e venerava os sacerdotes, não permitindo, além disso,
que as igrejas protestantes tinham aspecto exterior da igreja; havia
capelães oficiais com o Exército dos farrapos; a maioria do clero
católico apoiou a Revolução; Pe. Chagas foi declarado como vigário
apostólico por Bento Gonçalves, invocando o direito do Padroado, e foi
solicitada a confirmação do Papa, que não a deu porque a consumação da
separação não foi finalizada.
É uma prova substancial de que
os farroupilhas queriam permanecer católicos, não-maçônicos (um pequeno
grupo, liderato por Garibaldi era maçônico e anticlerical). Após a
pacificação do Rio Grande, o Império e a Santa Sé confirmaram o desejo
dos farroupilhas em ter uma diocese, e a criou em Porto Alegre; muitos
sacerdotes farroupilhas, como padres Fidêncio, Lobato e Caldas, foram
confirmados, depois da paz, como sacerdotes no RS, e distinguiram-se
como construtores de igrejas e apóstolos vigorosos, mesmo durante a
guerra.
Um padre farroupilha, Pe. Lobato foi, após a guerra, secretário do bispo.
Um outro sacerdote farroupilha, Pe. Hildebrando, pároco de Bagé, morreu com a odor de santidade.
Desculpe não é o assunto, mas estou fazendo uma campanha contra a Blasfema capa da Plcar de outubro informando o email do Ministério Publico Federal para denunciar a Placar por vilipendio à Fé: pfdc@pgr.mpf.gov.br
ResponderExcluirNão basta clicar +1, tem que agir como Cristão e exigir cadeia para os blasfemadores públicos! Mesmo que eles em novembro publiquem uma capa ofensiva a Maomé - quero ver se tem coragem mesmo!!!! - isso não repararia a ofensa, afinal Maomé não é ninguem, apenas um homem, Cristo é Deus!