domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa: Passagem

Quando o Senhor libertou os hebreus da escravidão no Egito, prescreveu-lhes uma série de ritos para que celebrassem essa passagem, nome pela qual ficou conhecida a festa da libertação do povo judeu: a Páscoa. Esta Páscoa era notadamente muito importante na Antiga Aliança, haja vista que por meio do êxodo dos hebreus do Egito, eles puderam passar pelo deserto e chegar à Canaã, bem como selarem com Deus a Aliança através do Decálogo e da Lei mosaica. 


Essa importância, contudo, apontava para uma importância ainda maior: a Pácoa hebraica era uma prefiguração do mistério pascal de Cristo. Pela Sua Paixão e Morte, Cristo oferecera o Sacrifício pela nossa redenção, livrando-nos da escravidão do pecado, passando pela morte e vencendo-a pela Sua gloriosa Ressurreição. Assim, na Nova e Eterna Aliança, a Pácoa passou a significar uma passagem mais grandiosa: do pecado para a Graça, da morte para a vida.
Isto significa que para termos a Vida Eterna, precisamos libertar-nos do pecado por meio da morte e do sacrifício. Como? Morrendo para tudo o que nos afasta de Deus, morrendo para o egoísmo, a sensualidade, o orgulho... e isso com a Graça de Deus, recebida no Batsimo, quando somos unidos à morte de Cristo e à sua ressurreição, nascidos de novo como filhos adotivos de Deus.
A Páscoa, portanto, é quase que uma nova Criação. Deus criou tudo bom e de forma maravilhosa. Mas aquilo que o Antigo Inimigo deformou e desfigurou pela ação do pecado, a Graça de Cristo não somente restaurou à beleza e dignidade anterior, antes, a renovou. A Graça aperfeiçoou a natureza. Assim, celebremos esse Tempo Pascal com esse júbilo de ação de graças por todas as maravilhas operadas pela dextra do Senhor, que morrendo venceu a morte. Se morremos com Cristo, com ele viveremos. Que seja esse tempo para nós uma renovação na nossa vida. Que possamos passar da vida estéril de pecado para a vida frutífera de Cristo.

Alleluia! Christus resurgens a mortuis!

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