sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um lembrete aos magistrados brasileiros...


A propósito das recentes decisões imorais do Supremo Tribunal Federal, das quais as últimas foram reconhecer novas configurações de "família" (quais novas categorias inventarão nos próximos anos?), bem como a liberalização da "marcha da maconha", uma clara afronta à família brasileira, em especial aquelas que sofrem com o flagelo das drogas, julguei oportuno lembrar as palavras do Salvador "a quem muito for dado, muito será cobrado" (Lc 12, 47-48). É falso que Deus julgará a todos com igualdades, posto que julgará cada um segundo suas circunstâncias, capacidades e responsabilidades. Neste sentido, os príncipes, governantes e magistrados dos povos têm uma enorme responsabilidade, pois seus atos e decisões afetam a muitas pessoas. Pecam de duas formas os governantes que legislam e governam contra a Lei Divina e a Lei Natural: primeiramente, pela desobediência e segundo, pelo exemplo que dão aos que lhe estão sujeitos.
A desculpa de que "o Estado é laico" não poderá salvar os maus governantes e magistrados no dia do Juízo (até porque a moral é de Lei Natural, não é necessário a Revelação para conhecê-la, embora a Revelação possa elevá-la á perfeição pela Caridade cristã), haja vista que Jesus Cristo é "Rei dos Reis e Senhor dos Senhores" (Ap 19, 16) e d'Ele todas as autoridades recebem o poder de governar em Seu Nome (Cf. Rm 13, 1-7; Jo 19, 10-11) e por isso é principalmente a Deus que deverão prestar conta de seus atos.
Por fim, exorto a todos os homens públicos e constituídos de autoridade que reflitam sobre aquela salutar frase pronunciada no rito de coroação dos Romanos Pontífices enquanto o diácono queimava uma pequena palha diante dos mesmos: Sic transit gloria mundi ("assim passa a glória do mundo").
Segue abaixo, uma oportuna exortação de São Francisco de Assis, que diante dos sarracenos havia se proclamado "O Arauto do Grande Rei e a trombeta do Imperador", dirigida aos governantes e magistrados de seu tempo, mas que se aplica perfeitamente aos dias de hoje:

"1. A todos os podestás e cônsules, juizes e governadores em toda a terra e a todos os outros aos quais chegar esta carta, Frei Francisco, vosso servo pequenino e desprezível no Senhor Deus, desejando a todos vós saúde e paz.
2. Considerai e vede que o dia da morte se aproxima (cfr. Gn 47,29).
3. Por isso eu vos rogo com reverência, como posso, que, por causa dos cuidados e solicitudes deste século (cfr. Mt 13,22), que tendes, não entregueis o Senhor ao esquecimento nem vos desvieis de seus mandamentos, porque todos aqueles, que o entregam ao esquecimento e se desviam de seus mandamentos são malditos (cfr. Sl 118,21) e serão por ele lançados no esquecimento (Ez 33,13).
4. E, quando chegar o dia da morte, tudo que julgavam ter lhes será tirado (cfr. Lc 8,18).
5. E, quanto mais sábios e poderosos tiverem sido neste século, tanto maiores tormentos suportarão no inferno (cfr. Sb 6,7).
6. Por isso firmemente vos aconselho, senhores meus, que, pondo de lado todo cuidado e preocupação, benignamente recebais tanto o santíssimo corpo como o santíssimo sangue de nosso Senhor Jesus Cristo em sua santa comemoração.
7. E que consagreis tanta honra ao Senhor no povo a vós confiado, que cada tarde se anuncie por um pregoeiro ou por outro sinal, pelo qual sejam dados louvores e graças ao Senhor Deus onipotente por todo o povo.
8. E, se isso não fizerdes, sabei que devereis dar contas diante do vosso Senhor Deus Jesus Cristo no dia do juízo (cfr. Mt 12,36).
9. Os que guardarem consigo este escrito e o observarem, saibam que são abençoados pelo Senhor Deus." (São Francisco de Assis, OMin. Epistola ad populorum rectores. Circa 1220. Extraído de: http://www.procasp.org.br/paragrafo_subcapitulo.php?titulo=Carta%20aos%20governadores%20dos%20povos&cSubCap=25&vertudo=1)


LAUS TIBI CHRISTE REX AETERNE GLORIAE

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