A Liturgia da Missa da Solenidade de Pentecostes nos apresenta em suas leituras um aparente paradoxo: o Espírito Santo é enviado aos apóstolos duas vezes, uma na tarde da Ressurreição (Jo 20, 19-23) e outra no dia de Pentecostes (At 2, 1-11). Por que o Espírito Santo é enviado primeiramente por Jesus aos apóstolos na tarde da ressurreição, quando ainda estava no mundo, e é depois novamente enviado dos Céus aos apóstolos como narra os Atos dos Apóstolos? No intuito de resolver essa aparente contradição, fui buscar respostas nos ensinamentos do Bem-aventurado João Paulo II sobre o Espírito Santo em sua Encíclica Dominum et vivificantem, bem como nos comentários dos Padres da Igreja ao capítulo 20 do Evangelho de São João, compilados por São Tomás de Aquino em sua obra Catena Aurea. Assim, elenco algumas considerações:
I - A forma de efusão: São João Crisóstomo explica que quando Jesus soprou o Espírito Santo sobre os apóstolos, estava infundindo-lhes a graça para preprár-los para receber o Espírito em plenitude no Pentecostes (Cf. Crisóstomo, Ut supra. apud: Catena Aurea). Portanto, a primeira efusão do Espírito Santo era para transmitir a Graça e a efusão de Pentecostes, em plenitude, foi para transmitir os Dons do Parácilto aos apóstolos.
II - Manifestação da procedência ex Patre Filioque: Santo Agostinho comenta que o Espírito foi enviado por Cristo ainda desse mundo e depois dos Céus para mostrar que o Paráclito procedia tanto do Pai quanto do Filho (Cf. Agostinho, De Trinitate, 4, 20. apud: Catena Aurea).
III - Envio pessoal e envio público: o Papa Beato João Paulo II, apoiando-se no que fora exposto nos textos do Concílio Vaticano II, explica que o primeiro envio é dirigido pessoalmente aos apóstolos enquanto o segundo é dirigido também aos apóstolos, mas em vista de manifestar a ação do Espírito por meio da Igreja para todo o mundo (Cf. Dominum et vivificantem, n. 25). Assim, o Senhor envia primeiro o Espírito somenta aos apóstolos para prepará-los e depois o envia em plenitude para que eles anunciem o Evangelho cheios do Espírito Santo para manifestar o Seu poder. Isso também nos recordar que precisamos cultivar a vida interior para termos um apostolado eficaz.
IV - Alegoria da caridade: o Papa São Gregório Magno mostra que esse duplo envio do Espírito Santo é uma alegoria da caridade: o Espírito é enviado primeiro do mundo, para simbolizar o amor ao próximo e depois é enviado dos Céus para simolizar o amor a Deus. Nesse sentido, como mostra Gregório, o Senhor nos recorda que é amando ao próximo que aprendemos a amar a Deus (Cf, Gregório, In Evang. hom, 26. apud: Catena Aurea).
Referências:
Bem-aventurado Papa João Paulo II. Encílica Dominus et Vivificantem. Roma, 1986. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_18051986_dominum-et-vivificantem_po.html
Santo Tomás de Aquino, OP. Catena Aurea. Comentários ao Evangelho de São João 20, 19-25. Disponível em: http://hjg.com.ar/catena/c816.html
I - A forma de efusão: São João Crisóstomo explica que quando Jesus soprou o Espírito Santo sobre os apóstolos, estava infundindo-lhes a graça para preprár-los para receber o Espírito em plenitude no Pentecostes (Cf. Crisóstomo, Ut supra. apud: Catena Aurea). Portanto, a primeira efusão do Espírito Santo era para transmitir a Graça e a efusão de Pentecostes, em plenitude, foi para transmitir os Dons do Parácilto aos apóstolos.
II - Manifestação da procedência ex Patre Filioque: Santo Agostinho comenta que o Espírito foi enviado por Cristo ainda desse mundo e depois dos Céus para mostrar que o Paráclito procedia tanto do Pai quanto do Filho (Cf. Agostinho, De Trinitate, 4, 20. apud: Catena Aurea).
III - Envio pessoal e envio público: o Papa Beato João Paulo II, apoiando-se no que fora exposto nos textos do Concílio Vaticano II, explica que o primeiro envio é dirigido pessoalmente aos apóstolos enquanto o segundo é dirigido também aos apóstolos, mas em vista de manifestar a ação do Espírito por meio da Igreja para todo o mundo (Cf. Dominum et vivificantem, n. 25). Assim, o Senhor envia primeiro o Espírito somenta aos apóstolos para prepará-los e depois o envia em plenitude para que eles anunciem o Evangelho cheios do Espírito Santo para manifestar o Seu poder. Isso também nos recordar que precisamos cultivar a vida interior para termos um apostolado eficaz.
IV - Alegoria da caridade: o Papa São Gregório Magno mostra que esse duplo envio do Espírito Santo é uma alegoria da caridade: o Espírito é enviado primeiro do mundo, para simbolizar o amor ao próximo e depois é enviado dos Céus para simolizar o amor a Deus. Nesse sentido, como mostra Gregório, o Senhor nos recorda que é amando ao próximo que aprendemos a amar a Deus (Cf, Gregório, In Evang. hom, 26. apud: Catena Aurea).
Referências:
Bem-aventurado Papa João Paulo II. Encílica Dominus et Vivificantem. Roma, 1986. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_18051986_dominum-et-vivificantem_po.html
Santo Tomás de Aquino, OP. Catena Aurea. Comentários ao Evangelho de São João 20, 19-25. Disponível em: http://hjg.com.ar/catena/c816.html
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