quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Breve exposição sobre a Imaculada Conceição da Ssma. Virgem Maria


Desde os primeiros tempos da Igreja, muitos Padres da Igreja propagaram a doutrina de que a Virgem Maria, em previsão dos méritos redentores de Cristo (para que pudesse ser digna de recebê-Lo em seu puríssimo seio) fora preservada de toda mancha do pecado original e de todo pecado. De fato, isto pode ser deduzido das palavras do Anjo na Anunciação que saudou a Virgem como kecharitomene, “cheia de Graça”, indicando que ela estava plena da Graça de Deus, de forma que não poderia haver pecado algum nela.

Vários Padres da Igreja ao mencionar seu santíssimo nome, adjetivaram-na de Imaculada e freqüentemente lhe aplicaram a expressão “Vaso insigne de devoção” para indicar que ela era um vaso sem defeito, digno de conter em seu interior o Santo Salvador. Consideravam que convinha à Virgem ser pura e imaculada para que fosse digna de ser Mãe do Santo e Imaculado Filho de Deus.

"O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento de Maria, a Mãe de Deus toda pura [...] Como o Salvador do mundo tinha decretado salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria" (Santo Hipólito de Roma, Bispo de Porto e Mártir, morto em 235).

"Esta Virgem Mãe do Unigênito de Deus chama-se Maria, digna de Deus, imaculada das imaculadas, sem par" (Origines, Homilia 1. Ano 280).

"Este menino não precisa de Pai na terra, porque tem um pai incorruptível no céu; não precisa de Mãe no Céu, porque tem uma Mãe Imaculada e casta na terra, a Virgem Bem-aventurada, Maria". (Orígines. Sermões sobre São José).

“Eu considero estar em conformidade com a razão que, com relação à pureza a qual consiste na caridade, Jesus foi o primeiro entre os homens, enquanto Maria foi a primeira entre as mulheres.” (Origenes, Comentário sobre Mateus. 10, 17).

"Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Santo André, Cartas dos Padres de Acaia, exposição ao procônsul Egeu, atas do martírio de Santo André, século IV).

“Ele (Cristo) tomou-o (o corpo dEle) de uma Virgem pura e imaculada, a qual não conheceu homem.” (Santo Atanásio de Alexandria, falecido em 373, Tratado Da Encarnação do Verbo, 8)

"A Santíssima Senhora, Mãe de Deus, a única pura na alma e no corpo, a única que ultrapassa toda perfeição de pureza, a única morada de todas as graças do Santíssimo Espírito, e, portanto, excedendo qualquer comparação até mesmo com as virtudes angelicais em pureza e santidade de corpo e alma ... minha Senhora santíssima, puríssima, incorruptível, inviolada, prenda imaculada dAquele que se revestiu com luz e prenda ...flor que não murcha, púrpura tecida por Deus, a única imaculada" (Santo Éfrem, o Sírio, Diácono e Doutor, falecido em 373. «Precationes ad Deiparam», in Opp. Graec. Lat., III, 524-37).

"Maria, uma virgem não profanada, Virgem tornada inviolável pela graça, livre de toda mancha do pecado" (Santo Ambrósio de Milão, Sermão 22,30. Ano 317).

Igualmente, as antigas Liturgias orientais dos 4 primeiros séculos usam freqüentemente o adjetivo Imaculada ao mencionar a memória ou suplicar a intercessão da Mãe de Deus.

No século XV, o Papa Sixto IV instituiu a festa litúrgica da Imaculada Conceição com Missa e Ofício próprios, que logo tornou-se festa de preceito. No século XVII, o Papa Alexandre VII condenou os que sustentavam que a dita festa não celebrava propriamente a Imaculada Conceição da Virgem, mas somente sua santificação. O mesmo Pontífice igualmente condenou os que ensinassem contra a doutrina ou o culto da Imaculada Conceição.

Em 1854, o Papa Pio IX proclamou como dogma a doutrina da Imaculada Conceição da Mãe de Deus nos seguintes termos:

“A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.” (Bula Ineffabilis Deus, n. 41)

Por fim, a doutrina da Imaculada Conceição não anula o fato de que Jesus Cristo é redentor de toda a humanidade, haja vista que o privilégio singular da Imaculada Conceição de Maria Santíssima foi concedido por Graça de Deus em previsão dos méritos redentores de Cristo na Cruz, para que pudesse ser digna de receber o Filho de Deus em seu útero virginal.

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