Ainda lembro com saudosismo de quando li a obra Carlos Magno (São Paulo: Estação Liberdade, 2004), monumental estudo
do medievalista Jean Favier sobre uma das maiores pesonalidades da
História do Ocidente Medieval, lá pelos idos de 2004, antes mesmo de
entrar na faculdade... passava dias inteiros devorando o denso livro,
especialmente em finais de semana e nas horas de hotel durante viagens.
Me afieçoei pelo livro e me interessei pela análise, muito embora minha
capacidade de reter a complexidade do estudo de Favier ainda fosse
bastante limitada. Hoje, ao repassá-la brevemente para colher algumas
informações sobre Carlos Magno para colocar na dissertação (haja vista
Álvaro Pelayo erigi-lo como um de seus modelos de monarca em seu Speculum Regum (há uma edição em 2 volumes, provida do texto orginial latino e da tradução portuguesa de Miguel Pinto de Menezes - Lisboa: Instituto de Alta Cultura: Vol. I-1955 e Vol. II-1963), redigido entre 1341-1344, portanto alguns séculos já
distantes do grande rei franco) me surpreendi com a beleza e
profundidade dessa obra! Me deu vontade de devorar este livro novamente
e, de fato, o farei assim que concluir meu mestrado.
O período carolíngio sempre me fascinou e foi ele quem fez com que eu entrasse decididamente para a área de Medieval durante a faculdade. Pois bem, os historiadores tem certas ligações afetivas com alguns aspectos do passado que os cativam de forma especial. Talvez seja esse gosto que impulsione sua curiosidade e ação em busca da pesquisa exaustiva de fontes e análises historiográficas...
O período carolíngio sempre me fascinou e foi ele quem fez com que eu entrasse decididamente para a área de Medieval durante a faculdade. Pois bem, os historiadores tem certas ligações afetivas com alguns aspectos do passado que os cativam de forma especial. Talvez seja esse gosto que impulsione sua curiosidade e ação em busca da pesquisa exaustiva de fontes e análises historiográficas...
O gosto pela História, que cultivo desde criança (o que seria um assunto para um outro post...) potencializou-se bastante nos anos de Ensino Médio, quando já estava decidido a prestar vestibular para História, tanto pelo seu aspecto docente quanto pela área da pesquisa. Ambos me fascinavam... a curiosidade e a paixão pela História humana me moviam a uma pesquisa sempre constante, sempre achava-me lendo sobre algo. Mas também me atraia a idéia de ensinar e transmitir o conhecimento adquirido... recordando aquilo que diz Dante Alighier de que o homem deve ser como uma rosa, espalhando para fora o perfume de seu interior ("Convém que o homem se abra como uma rosa que não pode permanecer
fechada, e o perfume que ela gerou em seu interior deve se espargir." - Convívio, IV, XXVII). Nesse sentido, creio que sempre mative aquela espírito da criança que se maravilha diante das mais pequenas e simples descobertas e deseja compartilhá-las com todo mundo. Por isso sempre gostei de conversar sobre História e compartilhar o saber com os demais... mas continuemos.
No período do Ensino Médio, minhas economias foram investidas em materiais sobre História... algumas compras revelaram-se futuramente pouco acertadas, como algumas revistas não-acadêmicas sobre História (especialmente ligadas a Superinteressante). Algo compreensível em um adolescente ávido de saber mas que está buscando material de pesquisa sem muito direcionamento... mas, algumas compras feitas em meu setor eternamente favoritor dos Shopping Centers (ao lado dos Cafés, claro...), as Livrarias, foram muito bem acertadas e as levei para a minha posterior formação. Destaco, além da obra monumental de Favier já anteriormente citada, dois livros:
* Bizâncio: A Ponte da Antiguidade para a Idade Média (Rio de Janeiro: Imago, 2002) de Michael Angold. Uma das primeiras aquisições. Era, se bem me lembre, num período de férias (não recordo se de verão ou inverno...) e havíamos aproveitado para fazermos uma série de consultas de chekcup... por isso,m acabei devorando o livro rapidamente, lendo-o com intenso gosto nas salas de espera dos consultórios. Enfim, o livro faz um esboço da História da cidade de Bizâncio/Constantinopla desde sua fundação até os enfrentamentos entre bizantinos e normandos no século XI, mostrando a História dessa cidade e a relação do Império que dela emanava com outras regiões e culturas como uma forma de entender as transformações que marcam a passagem do mundo antigo para o mundo medieval.
* História da Idade Média: Textos e testemunhas de Maria Guadalupe Pedrero-Sánchez (São Paulo: Editora da Unesp, 2000). Comprei-o também por volta de 2004, interessado pela sua intensa compilação de extratos de fontes e documentos de vários lugares e épocas do medievo. Mal sabia eu que, como diria-me um saudoso professor da Faculdade, "o estudo das fontes é indispensável para o ofício do historiador". Fiquei surpreso e contente ao ver esta obra ser escolhida como manual das aulas de História Medieval ocidental no segundo período do meu curso de Licenciatura e Bacharelado em História, pela professora que logo se tornaria minha orientadora de Monografia e é ainda hoje minha orientadora no Mestrado.
Voltando de onde havíamos começado, o próprio livro Carlos Magno de Jean Favier foi-me muito útil ainda na graduação em História... quando, por ocasião de uma prova sobre período carolíngio fui perguntar a professora qual o parecer dela sobre a obra ela disse-me que se eu havia lido o livro inetiro, não necessitaria estudar para aquela prova...Curisosos e fascinantes são os caminhos pelas quais nos conduz a Providência do Bom Deus! Essa pequena reflexão é também uma ação de graças pelo auxílio Divino que pôs em mim não só o gosto apaixonado e motivador pela História como também tem me concedido, não obstante minha pequenez, as graças necessárias para continuar exercendo o ofício da pesquisa e divulgação do conhecimento histórico em toda a sua riqueza e beleza. Ao pensar nisso, sinto-me partícipe daquela alegria e convicção de Hugo de São Víctor acerca da beleza, utilidade e nobreza dos conhecimentos das várias áreas, que ele tão eloquentemente expôs em seu Didascalion.
Olá Rafael.
ResponderExcluirPoderia nos indicar uma bibliografia básica, para quem deseja trabalhar com história eclesiástica? Aproveito para pedir sua opinião em em relação a obra do Daniel Rops, sei que é uma obra de caráter "geral", mas ainda assim, lhe parece uma boa obra?
In corde Iesu et Mariae